“Num terreno abandonado há mais de meio século, dois
quilómetros a sul de Oliveira de Azeméis, decidimos criar um pomar com espaço
florestal ao lado. Assim, foram plantadas fruteiras, na zona mais solarenga do
terreno, bem como diversos tipos de Quercus (sobreiros, azinheiras, alvarinhos,
negrais e cerquinhos, em compassos de 4x4) e pinheiros mansos, em algumas orlas.
Alguns exemplares foram comprados em viveiros florestais (com alturas de 20cm a
1m), outros oferecidos por amigos comuns e ainda outros transplantados de
terrenos próximos, com a devida autorização.
Quase todos estão de boa saúde, com algum crescimento
visível. O grande problema é controlar a vegetação infestante, que quer
competir com eles pela luz, água e nutrientes…
Numa bordadura mais
alta do terreno, reconstruída, decidimos colocar arbustos que segurassem a
terra e criassem uma barreira física de proteção do mesmo. Com esse objectivo,
procuramos obter exemplares de espinheiros, pilriteiros e carrascos (Quercus coccifera).
Foi assim que entramos em contato com o “Bologta”, que nos cedeu bolotas de
carrascos.
Estas bolotas, recolhidas em Outubro de 20011, em Ega,
Condeixa-a-Nova, foram colocadas em garrafões de 5L e garrafas de 1,5L, numa
mistura de areia “podre”, composto caseiro e terra. As primeiras germinações
foram observadas na segunda quinzena de Março de 2012. Das 49 bolotas
colocadas, germinaram 19, até agora (Julho de 2012).
De referir que grande percentagem das bolotas colocadas em
garrafões germinou, em contrate com as pouquíssimas germinadas em garrafas. Como
o Inverno foi relativamente seco, será que o êxito das germinações está
dependente da quantidade de terra que envolve a bolota? Quanto menos terra, mais
depressa seca a mesma, logo menos probabilidade de êxito. Será?
Bem, seja como for, no Outono próximo, estas plantas irão
para o terreno, com satisfação nossa. Embora se saiba que o habitat preferido
dos carrascos não abrange esta zona geográfica, creio ser possível que as
alterações climáticas permitam que estas plantas tenham uma vida digna em
Oliveira de Azeméis. Se assim for, muito do nosso atual conhecimento sobre a
vida das plantas terá de se ajustar às novas realidades.”
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