segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O Dia Mundial da Bolota e o "Verão de São Martinho"

Quando decidimos escolher a data do Dia Mundial da Bolota - 10 de Novembro - tivemos em consideração três aspetos:

- Todas as espécies de carvalhos devem estar em plena produção;

- As espécies de folha caduca ainda deverão apresentar as folhas, de modo a facilitar a sua identificação (na realidade, a época de produção antecede a queda das folhas nas espécies caducas e marcescentes);

- As condições meteorológicas deverão favorecer as atividades ao ar livre.

Os dois primeiros aspetos colocariam este dia algures entre meados de Outubro e o final de Novembro/inícios de Dezembro.

O que realmente foi decisivo foi o terceiro aspeto...e lembrámo-nos do "Verão de São Martinho".

O dia de São Martinho assinala-se a 11 de Novembro e nesta altura o tempo costuma estar bastante agradável, permitindo desfrutar do exterior, e assim "encostámos" a nossa data a esta, precedendo-a.

Imagem obtida em https://sicnoticias.pt/pais/2018-11-12-Verao-de-Sao-Martinho-tarda-mas-nao-falha

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disponibilizou no seu site o texto "Verão de S. Martinho: do mito à realidade e da Europa Continental aos Açores". Nele poderão saber um pouco mais sobre este evento climático.

Para saberem mais sobre o "Verão de São Martinho" cliquem aqui.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

É hoje o Dia Mundial da Bolota

 Mais um ano, mais um Dia Mundial da Bolota.

Infelizmente, sem as habituais atividades em grupo...mas podemos continuar a recolher e semear bolotas de carvalhos autóctones, ainda que de um modo mais solitário.

Simbolicamente, deixamos-vos a imagem de um resistente solitário.

Este Quercus faginea é o único exemplar desta espécie num raio de vários quilómetros. Nesta zona do concelho da Covilhã existem vários povoamentos de carvalho-negral, além de sobreiros e algumas azinheiras. Este indivíduo é pois uma verdadeira relíquia.



Felizmente, as suas bolotas não se encontram em confinamento e já estão a comemorar a data que hoje se assinala!

Bom Dia Mundial da Bolota.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Já apanharam as vossas bolotas?

 Apesar das restrções pandémicas, ainda foi possivel recolher estas bolotas de sobreiro. Estão com muito bom aspeto, não estão?


Infelizmente, foi uma recolha mais solitária, mas melhores dias virão. E esperemos que sejam dias com maior sustentabilidade também.


Se por acaso ainda não recolheram bolotas, saibam que ainda há muitas para apanhar...no entanto, algumas já "fugiram"! Não se atrasem!

sábado, 7 de novembro de 2020

Um Dia Mundial da Bolota diferente...

 As atuais limitações pandémicas não irão permitir grandes atividade no próximo Dia Mundial da Bolota. 

Mas como sempre referimos, esta data pode ser comemorada em qualquer outro dia.

Imagem obtida de redbubble.com


Assim, e apesar das limitações, se for possível fazer a recolha de bolotas de carvalhos autóctones e a sua sementeira (em vasos ou no campo) nas semanas seguintes, no próximo ano teremos mais carvalhitos, e com isso um ambiente melhor.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Manual ilustrado de espécies da flora portuguesa

Um dos grandes motivos para a preservação das nossas florestas autóctones é a preservação da biodiversidade a elas associada.

Quando nos referimos a uma floresta, devemos ter sempre em perspetiva que a "área de influência" de um determinado conjunto de árvores não se esgota nas sombras das suas copas.


Além do subcoberto de um bosque, das clareiras que entretanto se formam, dos habitats subterrâneos que se desenvolvem, das dinâmicas dos fluxos hidrológicos e de nutrientes que são compartilhados por diversos ecossistemas, a biodiversidade proporcionada por uma floresta autóctone estende-se muito para além dela (ex.: as folhas dos carvalhos ao serem decompostos nos rios influenciam os habitats aquáticos a juzante de um modo distinto do efeito nefasto das folhas de eucaliptos no input orgânico dos cursos de água).


Manual ilustrado de espécies de flora portuguesa (vol. II)

São muitas as espécies de plantas que podemos encontrar ao logo do nosso território, consequência direta ou indireta das dinâmicas dos nossos principais ecossistemas naturais, os carvalhais.

A Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural possui uma mediateca onde encontramos algumas obras de grande interesse, tal como o "Manual ilustrado de espécies da flora portuguesa (volumes I e II)" aos quais poderão aceder nos links abaixo das imagens anteriores.

Boas descobertas!

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Biodiversidade na cidade de Lisboa (curta-metragem)

Deixamo-vos aqui "uma curta metragem documental sobre a biodiversidade da cidade de Lisboa e o trabalho que o LxCras tem vindo a desenvolver enquanto centro de recuperação de animais selvagens."


Salientamos a referência ao Parque de Monsanto, uma "floresta citadina", muito povoada por Quercus.

Podemos sempre encontrar nas nossas cidades e vilas jardins cheios de biodiversidade...e de preferência com carvalhos autóctones.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

As lições de sustentabilidade que a cortiça dá (in jornal Píblico)

 Deixamo-vos aqui um pequeno vídeo, do jornal público, sobre a sustentabilidade associada à produção de cortiça.


O original pode ser encontrado neste link: 

https://www.publico.pt/2020/08/08/video/licoes-sustentabilidade-cortica-20200806-145530



sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Árvores de Interesse Público em Portugal

No site do ICNF encontramos a seguinte informação, relativa a Arvoredo de Interesse Público (Link para AIP):

"Árvores Monumentais de Portugal

Devido ao clima propício, existem em Portugal árvores que se distinguem doutras das suas espécies pelo porte, desenho, idade, raridade, interesse histórico ou paisagístico e são estas árvores que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas considera como “Monumentais”, classificando-as de Interesse Público.

Estas árvores apresentam um valor patrimonial elevado, tendo algumas delas ligação direta com a nossa história e cultura. Tratam-se de exemplares que se encontram isolados ou em conjunto, localizados muitas vezes em jardins públicos, no meio urbano e em diversos locais emblemáticos, tais como igrejas, ermidas e fontes, entre outros."

Este site disponibiliza uma base de dados sobre AIP (Link para pesquisa).

A título de exemplo, referimos o carvalho-alvarinho do terreiro do Santuário de São Silvestre, na União das Freguesias de Cardielos e Serreleis, em Viana do Castelo (ver imagem e link abaixo).

Carvalho-alvarinho classificado no monte de São Silvestre, União das Freguesias de Cardielos e Serreleis (Viana do Castelo). Ver link original

Recentemente, foi publicado um artigo (Artigo Paulo Mourão e Vitor Martinho) em que se refere o potencial desaparecimento de muitas árvores de interesse público potencial e tece algumas considerações relevantes sobre o processo de classificação.

Este tema foi notícia em vários órgão de comunicação social. Deixamo-vos aqui alguns links:






E pela vossa terra, acham que há por aí árvores que mereçam a nossa especial atenção, nomeadamente alguns carvalhos? Porque não classificá-los? Ficariam melhor protegidos e poderiam despertar uma maior consciência ambiental e de pertença da comunidade.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Quantos carvalhos deveriam existir em Portugal? (2)

Para respondermos à questão "Quantos carvalhos deveriam existir em Portugal?", e partindo dos dados do post anterior, teremos que fazer os seguintes cálculos:

Área de Portugal continental: 8.901.500 ha


Área de Portugal continental correspondente ao habitat de dominância dos carvalhos (sobreiros + azinheiras + restantes carvalhos):

8.901.500 ha      X      0,8     =     7.121.000 ha


Assumindo que a densidade seria de 200 carvalhos por hectare:

7.121.000     X     200     =     1.424.200.000 bolotas/carvalhos


Ou seja, de acordo com os dados, em Portugal continental "deveriam" existir naturalmente cerca de

1.500.000.000 carvalhos

(mil e quinhentos milhões de bolotas que teriam germinado e originado carvalhos adultos)

Carvalhos deste porte já são muito pouco comuns em Portugal continental.

Obviamente que todos estes dados são pouco fiáveis, pois existem muitos outros fatores que teríamos que considerar, mas não deixa de ser um número "infinitamente" superior ao que atualmente se verifica...e que dá que pensar!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Quantos carvalhos deveriam existir em Portugal? (1)

Recentemente, colocámos a seguinte questão aos nossos alunos:

"Considera que num carvalhal natural a densidade de indivíduos adultos é de 200/ha (1 hectare = 10.000 m2) e que 80% da superfície de Portugal continental corresponde ao habitat de dominância dos carvalhos (Quercus sp.). Considera igualmente que a área de Portugal continental é de 89.015 km2.

Calcula o número de bolotas que teriam de germinar e originar carvalhos adultos de modo a que toda a área de Portugal continental onde os carvalhos naturalmente se distribuem ficasse ocupada por estas espécies, no caso de não haver interferência humana."


Imagem obtida deste link (nota: estas bolotas são de carvalhos da América do Norte)

Por outras palavras, "Sem a interferência do Homem - e considerando válidos os dados - quantos carvalhos adultos (árvores) deveriam existir em Portugal continental?".

Conseguem responder?

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Distribuição dos carvalhos arbóreos autóctones em Portugal

Existem referências à distribuição dos carvalhos (Quercus sp.) arbóreos autóctones de Portugal um pouco por todo este blog. No entanto, estava em falta a publicação de um mapa sucinto e colorido sobre este tema. Aqui o têm.


Zonas de dominância dos carvalhos arbóreos autóctones de Portugal.

Este mapa foi extraído de um artigo do jornal "Público" sobre a floresta portuguesa, o qual pode ser consultado a partir do seguinte link: Jornal Público: Rica versátil generosa: eis a floresta portuguesa

Nota importante: na zona de dominância de uma determinada espécie de Quercus ocorrem  também outras espécies de carvalhos. O sobreiro, por exemplo, apresenta a sua área de dominância no quadrante Sudoeste de Portugal, apesar de se encontrar distribuído em todo o território continental português.