sexta-feira, 1 de junho de 2018

Montado de regadio

Um dos maiores problemas com que os possíveis produtores florestais se deparam é o demorado retorno dos seus trabalhos e investimentos.

São essas as principais razões que levam a que muitos proprietários florestais optem pela plantação de eucaliptos. Esta espécie, em relativamente poucos anos, permite um retorno lucrativo.

Foto revista Expresso

Infelizmente, estas monoculturas extensivas, são do ponto de vista ambiental extremamente nefastas, contribuído para a perda de solo, biodiversidade, não conservando recurso hídricos, e sendo grandes propagadores de incêndios florestais (caso surjam ignições).

Nem todas as espécies florestais têm como fim a produção de madeira. Um dos melhores exemplos é o sobreiro, cuja plantação fornecerá a longo prazo a indústria corticeira.

A casca do sobreiro (cortiça) é extraída, no mínimo, de 9 em 9 anos, o que permite a obtenção de um bom rendimento pelo proprietário.

No entanto, a primeira cortiça a ser retirada (desbóia), assim como a segunda (secundeira), são de fraca qualidade, e só ao 25º e 34º-35º ano de vida da árvore é que podem ser extraídas.

Na realidade, só a partir da 3ª extração - no 43º-45º ano - é que se começa a retirar cortiça de qualidade (amadia) e a obter rendimento...uma eternidade!

Atualmente, encontram-se em desenvolvimento e estudo técnicas de silvicultura de sobreiros em regime de regadio, as quais apontam para que o primeiro descortiçamento ocorra aos 8-10 anos, ou seja, após 26-28 anos já se poderá obter cortiça de qualidade, com o devido rendimento.

Esta antecipação da obtenção de lucro, apesar de não ser tão rápida como a do eucalipto em regime de talhadia, poderá ser uma excelente alternativa que a médio e longo prazo trará muito maiores benefícios ambientais, sociais e económicos que as monoculturas extensivas de espécies introduzidas.

Para saber mais...





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