Após a dormência durante o Inverno, grande parte das bolotas germinarão. Algumas começam a exibir o caulículo (parte aérea) logo no início de Fevereiro ou mesmo antes, outras dão sinal de vida apenas em finais de Junho. Convém esclarecer que quando a parte aérea se torna visível já a germinação se tem iniciado, mas não é visível, pois a primeira estrutura a surgir é a radícula que se desenvolve para o interior do solo.
Ervas daninhas
Surgirão, certamente, outras plantas nos vasos ou no viveiro. Convém que sejam retiradas manualmente (monda manual). No entanto, se ainda não estiver familiarizado com o aspecto de um pequeno carvalho “recém-nascido”, não realize esta acção sob pena de o destruir. Espere que alguns carvalhos despontem. Poderá confirmar que o aspecto das suas folhas e a sua maior consistência os distinguem das herbáceas que aí se desenvolveram. Proceda então à monda.
Rega
Mantenha o solo húmido mas não encharcado. A frequência desta acção varia consoante as condições ambientais e a espécie em causa. Não espere que as pequenas plantas apresentem sinais de secura. No entanto, a rega excessiva também desidrata as plantas.Época e local de plantação
Com este procedimento, os seus pequenos carvalhos serão definitivamente colocados na Natureza. A escolha do local é fundamental para o futuro desenvolvimento das árvores (reveja o item “Semear no campo”).Muitas escolas e instituições plantam simbolicamente uma árvore no “Dia da árvore” que corresponde ao início da Primavera. Curiosamente, para os tipos climatéricos existentes em Portugal Continental, não é uma data aconselhável. O final do Outono e o início do Inverno são as melhores épocas. Se possível, para as espécies de folha caduca ou marcescente (folha que seca sem se desprender da árvore), plante as pequenas árvores após a queda das folhas (ou após secarem, nas espécies marcescentes).
Plantação definitiva
Na véspera regue os carvalhos que vai plantar. A plantação definitiva implica traumatismos na raiz. De modo a diminuir o impacto neste órgão, a planta deve ser retirada do vaso (ou do solo – veja “Extracção das árvores de um viveiro”) com muito cuidado e plantada juntamente com o torrão de terra que a envolve.
Abra uma cova um pouco mais profunda do que o torrão de terra que envolve a raiz. Coloque um pouco do solo superficial no fundo da cova. Insira a raiz de modo a que o início da parte aérea da planta fique ligeiramente abaixo da superfície. Calque a terra para que a planta não possa ser arrancada. Se possível, regue novamente os carvalhos.Extracção das árvores de um viveiro
É um procedimento invasivo que deve ser feito com muito cuidado. Insira uma pá obliquamente de modo a retirar a raiz. Para atenuar os efeitos de uma manipulação inexperiente, aconselhamos que não separe a raiz do torrão de terra que a envolve. A porção a retirar deverá ter o dobro ou o triplo de comprimento da parte aérea. Coloque num saco ou recipiente, mantendo a planta vertical e assegurando que a raiz não desidrata. Este processo requer que a árvore passe para o local da plantação definitiva o mais brevemente possível.Árvores e arbustos
Ao longo deste manual tratámos os nossos carvalhos autóctones como se todos eles fossem árvores, o que não é verdade. Sabemos que as actividades de requalificação ambiental são mais atractivas se na nossa mente o resultado final for uma floresta bem desenvolvida. No entanto, alguns dos nossos carvalhos – Quercus coccifera (carrasco) e Quercus lusitanica (carvalhiça) – que não ultrapassam o porte arbustivo, são também eles elementos fundamentais dos nossos ecossistemas e “merecem” a mesma atenção que os restantes, apesar de em adultos nunca se tornarem tão majestosos e imponentes.
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