segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Estudo de fatores de conservação da bolota doce para a alimentação humana

Devido às suas caraterísticas nutricionais, tem havido um crescente interesse na utilização de bolotas para consumo humano.

Em 2011, foi apresentada uma Tese de Mestrado em Biotecnologia, de Fabíola Matos, no Departamento de Química da Universidade de Aveiro, relativa à conservação da bolota de azinheira para a alimentação humana.

Bolotas de azinheira (fotografia retirada de https://www.flickr.com/photos/heitlinger/6731577765)

Deixamo-vos aqui o link onde poderão ter acesso a esta tese:


Para quem dispor de pouco tempo para a leitura, mas quiser saber um pouquinho mais sobre este assunto, fica aqui transcrito o resumo e a conclusão deste estudo:

Resumo:

"O desenvolvimento de um produto alimentar para o consumo humano traz vantagens ao aumentar o seu tempo de conservação, preservando as características bioquímicas, nutricionais e organolépticas que o caracterizam.

As bolotas foram aquecidas a 100ºC e 50ºC em fases de 10 minutos com troca de água entre cozeduras. As bolotas foram congeladas até a sua análise ou processamento.

Foram estudados: os polifenóis, os taninos e os açúcares totais presentes na bolota doce nas várias fases de cozedura. Igualmente foram analisadas as modificações da actividade antioxidante e da digestibilidade proteica em função do processamento.

A bolota cozida com pele a 50ºC em 2 fases de 10 minutos obteve melhores resultados para ser seleccionada para congelar a longo prazo. Apresentou baixo teor em taninos (0.1075 μg equivalentes de ácido tânico /mg) e açúcares (42.8 μg/mg), preservou uma quantidade significativa de polifenóis (5.7 μg equivalentes de ácido tânico /mg) e apresentou valores incrementados de actividade antioxidante (21.0 μM equivalentes de Trolox/mg) e de digestibilidade proteica (13.90 %).

As bolotas que apresentaram melhores características em função das análises realizadas foram utilizadas para elaborar pão, o qual foi caracterizado e submetido a uma prova de aceitação."

Conclusões:

"Através do estudo realizado verificou-se que a bolota pode ser cozida com a pele sendo suficiente 10 a 20 minutos de cozedura a 50ºC, para diminuir a quantidade de taninos, sem perda de qualidade e das características necessárias para se obter uma ideal farinha para fazer pão.

A cozedura da bolota com pele proporciona:
- um processo de remoção de taninos (0.1075 μg equivalentes de ácido tânico /mg) e de açúcares (42.8 μg/mg);
- a preservação de uma quantidade significativa de polifenóis (5.7 μg equivalentes de ácido tânico /mg) e um aumento da actividade antioxidante (21.0 μM equivalentes de Trolox /mg) de amostra seca;
- o aumento da digestibilidade proteica (13.90 %).

O facto de ser possível processar uma bolota com pele, ou seja sem o 2º descasque é um factor positivo sob o ponto de vista do processamento industrial, pois torna o processo pouco dispêndioso. Igualmente a relação tempo/temperatura de cozedura da bolota para remoção dos taninos é favorável sob o ponto de vista energético.

Após a redução dos taninos pode proceder-se à conservação da bolota por congelamento, como se faz à castanha, para posterior utilização em diversas aplicações.

De forma a conservar a bolota doce por um longo período de tempo de prateleira, pode recomendar-se o processo de congelamento, uma vez que a bolota se conservou relativamente bem em congeladores num período de 12 meses.

A prova de panificação mostra que a bolota da 2ª cozedura a 100ºC, sem pele, comportou-se de modo semelhante à bolota da 2ª cozedura a 50ºC, com pele. Estas farinhas mostraram um bom e estável crescimento do pão.

O processo de cozedura da bolota doce recomendado é apresentado na figura seguinte.


Assim a bolota congelada, é um ingrediente que pode ser usado nas mais diversas receitas da alimentação humana. Poderá fazer-se com a bolota congelada, farinha num moinho de lâminas para pão, bolo, sopa, doce, queijinhos de bolota, azevias etc."

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Os nossos carvalhitos foram "Florestar Portugal"

O movimento "AMO Portugal - Associação Mãos à Obra Portugal" promoveu, mais uma vez, uma iniciativa nacional de reflorestação do nosso território com espécies autóctones - "Florestar Portugal 2016" - que decorreu entre 19 e 27 de novembro (Florestar Portugal 2016)

Muitos dos nossos carvalhitos foram requisitados para esta (boa excelente) ação.

No concelho da Covilhã, os voluntários desta atividade plantaram várias dezenas de carvalhos-negrais crescidos no nosso bolotário, num local previligiado do Parque Natural da Serra da Estrela.





Agora é só esperar... umas quantas décadas!!!