quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Serra da Estrela já tem mais carvalhos

No meio de blocos graníticos e de encostas nevadas, poucas são as árvores autóctones portuguesas que fazem desses locais o seu habitat. Mas é destes sítios ermos e frios que o carvalho-negral (Quercus pyrenaica) é originário. Apesar de surgir a menores altitudes - geralmente não menos de 400 metros - é o Quercus autóctone que por maiores altitudes se aventura.

Alunos do 12º ano cheios de vontade de plantar carvalhos.

A neve como fundo... é a Serra da Estrela com a sua roupa de inverno.

O nosso bolotário serviu de viveiro para os pequenos carvalhos que ocupam agora esta zona da Serra da Estrela. Muitas desta pequenas árvores já têm dois anos. Outras apenas um. Mas todas apresentavam uma raiz bem desenvolvida e já necessitavam de mais solo para crescerem convenientemente. 

Um trabalha afincadamente... mas a pose para a fotografia também faz parte da atividade.

Solos graníticos bem desenvolvidos.
Facilmente os nossos carvalhitos (e as nossas bolotas) irão criar raízes profundas.


A secura do último inverno não foi convidativa para a sua plantação. Ao invés, este ano, a elevada precipitação das últimas semanas e a presença de neve que lentamente irá derreter e hidratar generosamente o solo, tornam favorável a plantação e sementeira de carvalhos-negrais. Esta espécie é um carvalho de montanha, resistente ao frio e à neve, bem adaptado à altitude.


A paisagem ainda será melhor, e biologicamente mais rica, quando ficar um pouco mais arborizada, com espécies autóctones, claro!

Juntinhos estavam mais quentinhos!

Os participantes, alunos do 12º A, que nos últimos dois anos tantas bolotas recolheram e semearam, também eles bem adaptados (agasalhados) ao frio, despediram-se deste projeto com esta plantação. Muitos, provavelmente, irão repetir este tipo de iniciativa no futuro, e contribuir para requalificação ambiental de que todos nós necessitamos e dependemos.

Apesar de tão perto da Covilhã, o local da plantação foi uma descoberta para muitos participantes. E que paisagem encontraram!

60 carvalhos-negrais e 130 bolotas da mesma espécie. Um pequeno contributo para a recuperação ambiental. Mas ainda há tanta serra para recuperar...

Um agradecimento final à Associação Desportiva da Estação pela cedência de transporte e ao Gabinete Florestal da Câmara da Covilhã pela indicção do local de plantação.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Vamos plantar os nossos carvalhitos?

Os nossos carvalhitos estão prontos para serem plantados... ou melhor... finalmente o inverno trouxe a chuva necessária para que os solos estejam em condições de os receber. Alguns deles esperam por este momento há já dois anos (o inverno passado foi de seca extrema).

Local da plantação

A nossa plantação será orientada por um técnico especializado do Gabinete Florestal da Câmara Municipal da Covilhã. Esta entidade, em colaboração com o Parque Natural da Serra da Estrela, destinou um local para esta plantação nas Penhas da Saúde, freguesia de Cortes do Meio, a cerca de 1400-1500m de altitude, junto à Ribeira da Nave da Areia.

Previsão meteorológica

Como ainda temos algumas bolotas de carvalho-negral guardadas, o seu destino não será um vaso, mas o solo frio da Estrela. Não se esqueçam do material para a plantação e de roupa bem quentinha!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Carvalhos "escondidos"

Nesta época do ano as temperaturas já estão mais elevadas, a chuva é frequente e abundante e os dias começam a ficar maiores. É o advento da primavera. Para as nossas plantas autóctones estas condições já são mais favoráveis ao seu desenvolvimento e crescimento, quando comparadas com as verificadas no início do inverno.

Algumas plantas anuais aproveitam estas condições para impulsionar o seu desenvolvimento, antes que o verão, quente e seco, destrua as suas frágeis estruturas celulares.

Vaso com um pequeno carvalho-negral "imerso" em ervas daninhas

As árvores, plantas persistentes e de elevada longevidade, demoram mais tempo a construir os seus tecidos, mais complexos e resistentes. Assim, nesta "pré-primavera", os campos enchem-se de plantas herbáceas enquanto que as árvores de folha caduca parecem adormecidas, insensíveis às mudanças ambientais.

Em compensação, o verão e o outono são as estações em que as árvores de folha caduca exibem as suas folhas cheias de vitalidade. A suas estruturas celulares mais resistentes e um sistema de raízes que penetra profundamente o solo em busca da água quase inexistente à superfície, permitem-lhes esta façanha, inacessível à grande maioria das pequenas plantas anuais.

O mesmo vaso após monda manual

Os vasos onde temos os pequenos carvalhos repetem esta "lógica" natural. Alguns assemelham-se a "viveiros" de ervas daninhas. Nos vasos em que os carvalhos ainda não desenvolveram folhas, estas pequenas árvores passam praticamente despercebidas. Mesmo aqueles que já apresentam folhas, parecem perdidos por entre as apressadas ervas.

Vasos com carvalhos-negrais ainda sem folhas onde foi realizada monda manual

Não é necessário retirar estas pequenas plantas dos vasos. No entanto, quer por razões estéticas, quer por poupança de nutrientes do solo, estas infestantes podem ser retiradas (monda). É apenas necessário ter o cuidado em arrancar as plantas de modo a que este procedimento não provoque o remeximento do solo e afete as raízes dos pequenos carvalhos.