quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Florestar Portugal 2013 - plantação e sementeira de flora autóctone

No dia 23 de novembro - próximo sábado - decorrerá por todo o país mais uma edição de "Florestar Portugal".

Para aderirem a esta iniciativa basta que se inscrevam como voluntários e, no dia 23de Novembro, ponham mãos à obra para que o nosso ambiente fique um pouco melhor.

Ficam aqui algumas ligações para esta importantíssima iniciativa:

http://www.amoportugal.org

http://www.amoportugal.org/pt/florestarportugal2013


Para quem reside na Covilhã, o registo como voluntário pode ser feito em:

http://www.amoportugal.org/pt/local/concelho/0503

Bologta vai contribuir com cerca de 130 carvalhos do nosso bolotário e mais de 4.000 bolotas que ainda temos guardadas de modo a continuar a reflorestação das zonas ardidas na Serra da Estrela.

Participem!!!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Caminhada do Dia Mundial da Bolota na Covilhã - imagens para recordar

Ao sair de casa de manhãzinha, não fazia ideia quantas pessoas apareceriam para a caminhada. Apesar do amanhecer frio, o céu prometia um dia de São Martinho. No entanto, era domingo, manhã cedo, e não havia uma lista de inscrição... a dúvida persistia.

Ao chegar, pelas oito e meia, já o aglomerado de gente era superior ao esperado... e continuaram a aparecer mais! Distribuídas as bolotas e iniciada a caminhada, a extensão dos participantes ao longo do caminho permitiu ter uma melhor percepção do seu número. As contas, por estimativa, eram muito aproximadas, independentemente do contador.

Cerca de 150 pessoas trocaram o quentinho da cama por uma manhã a semear bolotas. Superou, sem qualquer dúvida, qualquer expectativa, por melhor que fosse.

Muitos alunos trouxeram alguém da família... um irmão... o pai e a mãe... alguns mesmo a família toda! Chegaram mesmo grupos organizados, já com as suas próprias bolotas para semear!

Ao longo do percurso, e principalmente nas zonas ardidas, rapidamente as cerca de 10.000 bolotas foram, cova após cova, ganhando o seu novo e definitivo lar. Quantas germinarão? A maioria, certamente, pois os animais gulosos não andam por estas zonas cinzentas.

A todos que organizaram, divulgaram e participaram... muito obrigado! Para o próximo ano haverá mais... quem sabe, também com feijões (feijoada) ou com castanhas (magusto).

Ficam aqui umas fotografias para recordar...












 







 


Os resultados da prova de orientação serão publicados, neste post, brevemente.

Se tiverem fotografias da caminhada, e quiserem partilhar, enviem-nas para bologta@gmail.com

domingo, 10 de novembro de 2013

Hoje é o Dia Mundial da Bolota

Celebra-se hoje o 5º Dia Mundial da Bolota.

Esta iniciativa foi criada na Escola Secundária Quinta das Palmeiras (Covilhã) em 2009. Ao longo destes anos já foram distribuídas e semeadas vários milhares de bolotas de carvalhos portugueses como forma de comemoração desta data.


Apesar de ainda não estar intenacionalizada, esta iniciativa já se propagou um pouco por todo o país.

Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Setúbal são alguns dos distritos em que escolas e outras instituições (escuteiros, autarquias, etc.), assim como muitas pessoas, individualmente ou em família, estão a semear bolotas e a contribuir para a recuperação da floresta autóctone.

A todos que participam e que tornam esta iniciativa possivel... o nosso muito obrigado!

sábado, 26 de outubro de 2013

Caminhada do Dia Mundial da Bolota na Covilhã

Após 4 anos a distribuir bolotas a alunos, funcionários e professores da nossa escola, o Dia Mundial da Bolota será comemorado de um modo diferente na cidade da Covilhã.



O grande incêndio deste verão na encosta Este da Serra da Estrela  destruiu grande parte da floresta aí existente.

A Escola Secundária Quinta das Palmeiras e a Câmara Municipal da Covilhã associaram-se no sentido de organizar e promover uma atividade de sementeira de bolotas, contribuindo, deste modo, para a recuperação da floresta autóctone em redor da cidade, em que todos poderão participar.

No dia 10 de Novembro, haverá uma caminhada aberta a toda a população (gratuita e sem obrigatoriedade de inscrição prévia*), e uma atividade de orientação para alunos desta escola**.

*Apesar de não haver obrigatoriedade de inscrição, agradecemos que nos comuniquem antecipadamente a vossa participação de modo a podermos prever o número total de participantes. Esta comunicação poderá ser feita por e-mail, para bologta@mail.com, ou telefonicamente para o número 275320580 (E. S. Quinta das Palmeiras)

**Aos alunos da escola será distribuido um "flyer" com informações da atividade. No verso encontra-se a autorização que deverá ser assinada pelo encarregado de educação e entregue ao professor de Ciências Naturasi/Biologia ou ao professor de Educação Física.

Percurso da caminhada

Aspetos organizativos da caminhada e atividade de orientação:
  • Concentração dos participantes:  8h30min., junto ao estádio de futebol Santos Pinto.
  • Início das atividades: 9h00min.
  • Final das atividades (previsão): 12h30min.
  • Tipo de percurso: circular, realizado em estradas e caminhos florestais.
  • Distância e grau de dificuldade: cerca de 7km;dificuldade fácil/média.
  • Material recomendado: roupa e calçado adequado ao percurso e às condições meteorológicas; pequena pá de jardim ou instrumento equivalente para realizar a sementeira; lanche (se necessário). 

Para saber mais... estejam atentos às novidades neste blog e em www.quintadaspalmeiras.pt

Flyer a distribuir aos alunos

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O manifesto da bolota (III) - a regressão dos carvalhais

Atualmente, a destruição das florestas tropicais encontra-se a um ritmo avassalador, com consequências dramáticas sobejamente conhecidas. Por estranho que nos possa parecer, fenómeno semelhante ocorreu na Europa central e do sul, e ao longo da parte meridional da América do Norte. As civilizações ocidentais, onde se encontram os países mais ricos e desenvolvidos, edificaram-se em zonas outrora ocupadas por florestas em que a maioria das espécies se reproduzia a partir da germinação de uma semente muito particular, a bolota. Estes carvalhais, quer fossem de folha caduca ou persistente, atingissem porte arbóreo acentuado ou não ultrapassassem o tamanho de um arbusto, dominavam a maioria destas regiões. E hoje, o que sobrou desses ecossistemas? Apesar da velocidade da regressão destes biomas não ser comparável ao ritmo da desflorestação observada nos trópicos, a redução total de área dos bosques e florestas das regiões temperadas é muito, mas mesmo muito superior ao ponto de que os poucos carvalhais existentes não serem ecossistemas naturais, pois de alguma forma já sofreram intervenção do Homem.


A interferência humana nos carvalhais primitivos já ocorreu, e este facto é irreversível. Mas não se pense que a ocupação antrópica é necessariamente um fator negativo para os ecossistemas. Os montados, onde o sobreiro e a azinheira dominam, são um dos melhores exemplos em que árvores, sustentabilidade ambiental e atividades humanas se conjugam quase na perfeição. No entanto, a inexistência de carvalhais naturais não deixa de ser revelador da extensão da intervenção humana. Do mesmo modo, também só o Homem poderá inverter, ou pelo menos, compensar parcialmente o seu impacto na natureza e permitir que os carvalhais autóctones recuperem um pouco da sua extensão original. Os benefícios diretos no ambiente, tais como o aumento da biodiversidade, melhores recursos hídricos, a recuperação dos solos, a diminuição do aquecimento global, da poluição atmosférica e do risco de incêndio são algumas consequências diretas extremamente benéficas para nós. Basta apenas que cresçam mais carvalhos.

Todos os carvalhos se desenvolvem a partir de uma bolota. É da germinação de muitas destas sementes que se formam os carvalhais. Se queremos participar na conservação da natureza, necessitamos de recuperá-los. Basta para isso semearmos bolotas. Simples, não é? Bastaria apenas um dia por ano em que recolhêssemos e semeássemos bolotas de espécies autóctones, diretamente no campo, ou as levássemos para casa e as colocássemos em vasos. No ano seguinte teríamos carvalhos para plantar.


Os diferentes biomas que constituem a biosfera encontram-se interligados e interdependentes. A melhoria num dos seus componentes tem efeitos positivos e multiplicativos em todos os outros. O inverso também acontece. Apesar da grande capacidade regenerativa da natureza, os equilíbrios naturais globais encontram-se interligados, de um modo que a ciência ainda não conseguiu desvendar a sua total complexidade. Os carvalhos não existem em todos os continentes. Apenas no hemisfério norte, essencialmente em regiões temperadas e mediterrâneas, é que ocorrem naturalmente as plantas do género Quercus sp. Contudo, uma parte significativa da população mundial vive nestes locais. Para muitos, é aí que nós vivemos, e é aí que a nossa ação pode ser decisiva e é aí que podemos fazer algo para nós, por nós e pelos nossos, os de hoje e os de amanhã. E quase que basta apenas um dia. Um dia em que a nossa insignificante ação local, na força que a união faz, seja um dia verdadeiramente mundial. Esse dia pode ser qualquer um… mas também pode ter data marcada. Vamos fazer do dia 10 de novembro um dia de contributo para o nosso mundo. Vamos transformá-lo no Dia Mundial da Bolota.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O manifesto da bolota (II) - o estabelecimento de civilizações

Apesar da vastidão do nosso planeta, apenas parte é habitável. Necessitamos de terra firme e de temperaturas não demasiadamente extremas para podermos estabelecer populações em larga escala. Sendo o Homem o único animal que consegue viver em todos os biomas, apenas em alguns locais se edificaram verdadeiras civilizações e ocorreu um profundo aumento populacional. Curiosamente (ou não), quase todas emergiram em áreas semelhantes, desenvolvendo-se onde haviam bosques e florestas.


Observando a distribuição atual da população humana, as grandes concentrações ocorrem na Índia e sudeste asiático, nas zonas tropicais da África e América, na Europa e restante região mediterrânea e em algumas regiões do continente norte-americano. Quando cruzamos estes dados com um qualquer mapa dos principais biomas, a distribuição parece tirada a “papel-químico” com a das florestas tropicais, das florestas de caducifólias e do bosque mediterrâneo. Onde há árvores, ou melhor, onde havia, e temperaturas não demasiadamente baixas, é onde se encontram os grandes aglomerados humanos.

Para compreendermos melhor esta relação, talvez seja necessário pensarmos naquilo que uma população humana precisa para sobreviver e se expandir: água, alimento, abrigo, combustível, medicamentos e algumas matérias-primas. Tudo isto pode ser retirado das árvores? A resposta é sim! Mas a floresta proporciona-nos muito mais recursos que aqueles que se obtêm diretamente das árvores. Elas são o suporte da biodiversidade. Delas dependem muitos animais, plantas, fungos, protistas e bactérias que o homem utiliza diariamente. São também as florestas que proporcionaram muito do atual solo agrícola e permitem uma maior fiabilidade e previsibilidade dos ciclos hidrológicos, fundamentais para o estabelecimento e crescimento de qualquer comunidade. Em suma, foi nestes bosques e florestas que o Homem encontrou os recursos necessários à sua sobrevivência. O reverso da medalha foi a drástica redução e fragmentação destes biomas. (Continua...)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O manifesto da bolota (I) - a dependência de recursos naturais

E se por alguma razão, após a expansão marítima dos povos europeus nos séculos XIV e XV, a população mundial tivesse sofrido um aumento exponencial? Certamente que a utilização de recursos naturais durante esse período teria sido muito mais intensa. E se na época renascentista as civilizações ocidentais tivessem as tecnologias de hoje? Provavelmente teriam utilizado em larga escala os jazigos minerais e petrolíferos, e teriam consumido muitos mais recursos hídricos e biológicos de modo a suportar uma população em rápido crescimento. E sendo seres humanos como nós, talvez apenas quando a escassez desses recursos se repercutisse na população, sobretudo nas classes mais influentes e com maior capacidade económica, começassem a tomar sérias medidas de gestão e conservação. Mas, talvez já fosse tarde de mais. Felizmente, e porque não ocorreu nenhum aumento populacional significativo como o que se observa hoje, não foi exatamente isso que sucedeu.


Mas, e se tivesse acontecido? Que recursos teriam sobrado? Todas as civilizações edificaram-se e desenvolveram-se com recursos naturais. Sem eles, as civilizações regridem, desaparecem, guerreiam-se entre si para se apoderarem do pouco que ainda está disponível. O que teria chegado até hoje? Será que no século XXI existiria alguma verdadeira civilização? Seres humanos haveria certamente, mas as civilizações só se constroem com recursos naturais. Se os nossos antepassados tivessem esgotados as matérias-primas e ecossistemas de que agora dependemos, o que teria sobrado para nós? Certamente muito pouco, assim como muito pouco haveria da nossa civilização e do nosso modo de vida atual. E não tenhamos a ilusão de que alguma tecnologia nos valeria. Todas as tecnologias que dispomos só são possíveis pois usamos recursos naturais para as construir e por a funcionar. E como será daqui alguns séculos? Como serão as civilizações? Que recursos lhes vamos deixar? E quais lhes queremos deixar? Como seremos lembrados pela História? A civilização do salto tecnológico ou a responsável pelo declínio civilizacional? Também só haverá História se houver civilização. Uma coisa é certa, um futuro com milhares de milhões de seres humanos, tal como hoje acontece, só ocorrerá se lhes deixarmos recursos, ou então a Terra transformar-se-á numa espécie de Ilha da Páscoa a girar em torno do Sol, e nós as suas gigantes cabeças!

O ser humano sempre necessitou dos recursos naturais para a sua sobrevivência. Ainda hoje, a nossa dependência é total. A água e o oxigénio, os alimentos e medicamentos, as fontes de energia e as matérias-primas que possibilitam o nosso estilo de vida moderno provêm todos eles, sem exceção, da natureza. E assim foi ao longo de toda a nossa história. (Continua...)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O Manual da Bolota - 2013

Já está disponível o “Manual da bolota 2013”.

A edição deste ano surge com ligeiras modificações. As alterações relativamente à primeira edição (2011) encontram-se com uma cor diferente de modo a facilitar a consulta. A presente edição inicia-se com o "manifesto da bolota", o qual será publicado neste blog, em vários posts.



O e-mail e este blog permitiram algum feedback com as escolas aderentes no ano transato e com pessoas que a nível individual também se dedicaram à germinação e propagação de bolotas, e que contribuíram para as alterações efetuadas.

Obrigado a todos!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Vem aí o 5º Dia Mundial da Bolota

Dia Mundial da Bolota surgiu na ES Quinta das Palmeiras (Covilhã) em 2009 e tem como principal objectivo a união de esforços com vista à recuperação da nossa floresta autóctone.

A participação é muito simples. Basta que se proceda previamente à recolha de bolotas de carvalhos autóctones e no dia 10 de novembro se realize(em) a(s) seguintes(s) actividade(s):

- semear as bolotas no campo ou num jardim a partir das quais se desenvolverão os carvalhos;
- semear as bolotas em vasos para no ano seguinte obter pequenos carvalhos para plantar;
- distribuir pacotinhos de papel com bolotas a elementos de uma organização (escolas*, escuteiros, etc.) para que possam semear as bolotas em vasos de modo a  obter pequenos carvalhos para plantar no ano seguinte;
- outro tipo de atividades que os participantes julguem ser adequadas.

Para aderirem a esta iniciativa, contactem-nos pelo seguinte e-mail: bologta@gmail.com 


A inscrição no Dia Mundial Bolota é informal. Tem apenas como finalidade o envio de algum material, via internet, aos aderentes. Solicitamos apenas a indicação dos seguintes dados no e-mail:
- Nome da escola/instituição aderente/participante individual;
- Localidade;
- Nome do responsável/ dinamizador e cargo na instituição (ex: professor de Ciências Naturais);
- Público-alvo (ex. para instituições: alunos 8º ano; toda a escola); (ex. para participantes individuais: com a família; com amigos).

Seguidamente enviaremos por e-mail o manual da bolota 2013 (pdf) e um ficheiro editável para a elaboração de pacotinhos para as bolotas, entre outros materiais.

Utilizem também este e-mail para fazerem sugestões de atividades que possam enriquecer esta data, ou através de comentários nos posts.
Para informações mais detalhadas, sigam-nos neste blog. 

 * Este ano o dia 10 de novembro é um domingo. As escolas poderão assinalar esta data na sexta-feira anterior ou na segunda-feira seguinte, ou em outra data mais adequada às suas actividades letivas.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

A rega dos pequenos carvalhos em plantações

Este ano comemorámos os 25 anos da nossa escola. Uma das atividades foi a plantação de 25 carvalhos nos nossos espaços exteriores (http://bologta.blogspot.pt/2013/01/25-anos-25-carvalhos.html).

Apesar de já termos efetuado várias plantações na Serra da Estrela, e acompanhado o crescimento e desenvolvimento das pequenas árvores, a plantação na escola permitiu-nos um acompanhamento mais próximo e a realização de algumas experiências com diferentes tipos de rega.

O período estival é o mais complicado para qualquer árvore, especialmente quando jovem. A temperatura elevada, o elevado número de horas de luz natural (fotoperíodo), a intensidade luminosa acentuada e a ausência de precipitação sujeitam-nas a um grande stress hídrico.

Rega com garrafão - durante a plantação assegurou-se que a árvore ficava ligeiramente mais baixa que o solo envolvente de modo a que durante a rega, ou quando chove, se acumule alguma água e que o próprio líquido crie pressão e se possa infiltrar para uma profundidade maior, onde se encontram as raízes do carvalho

De modo a assegurar alguma sombra, deixámos crescer as ervas em redor das pequenas árvores. Como a raiz dos carvalhos é muito profunda, ao contrário do que acontece com a maioria das ervas, não houve competição por água.

A rega foi feita com baldes e garrafões. A pressão criada pelo peso do próprio líquido permite que a coluna de água atingisse grande profundidade, local onde se encontram as raízes. Durante a plantação, fez-se uma pequena depressão no local onde se colocou a árvore, o que serviu de coletor natural da água.

As ervas em redor do pequeno carvalho permitiram alguma sombra durante o verão. Durante a plantação foram colocadas estacas em redor da árvore de modo a permitir a sua localização e evitar o pisoteio, quer por pessoas, quer por animais.

A instalação de um sistema de rega “gota-a-gota”  não nos pareceu muito indicado. Devido à profundidade alcançada pela raiz dos carvalhos, as pequenas gotas dificilmente formam uma coluna de água que atinja grande profundidade, perdendo-se água por evaporação e para outras plantas de raízes mais superficiais.

As regas foram realizadas de manhã, altura em que o solo ainda se encontrava fresco.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O nosso bolotário mudou de sítio

O sol e as temperaturas amenas ajudam à germinação das bolotas e são essenciais ao bom desenvolvimento dos pequenos carvalhos. Uma boa disponibilidade de água é fundamental para a manutenção de um viveiro.

Este ano temos muitas dezenas de carvalhos para cuidar, o que torna pouco viável a rega com um regador.

A nossa experiência ensinou-nos que o sol quente da Beira-Baixa pode ser demasiadamente agressivo para os pequenos carvalhitos, podendo-lhes ser fatal ou, ao invés do pretendido, inibir-lhes o seu desenvolvimento nos meses de maior calor.

O local ideal para que as nossas pequenas árvores passem melhor o verão deverá ter alguma sombra e grande disponibilidade de água.

Procurámos, na nossa escola, um local com estas características... e não foi nada difícil de encontrar! Debaixo de uma árvore adulta que providência uma boa sombra, num local onde existe rega automática, eis a nova localização do nosso bolotário!


A nova localização do nosso bolotário - sombra e rega automática - um resort de verão para os nossos carvalhitos!

Os carvalhitos têm-se dado lindamente neste novo local e têm crescido a um bom ritmo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Onde deverei plantar carvalhos com vista à recuperação ambiental?

As plantações com vista à recuperação ambiental deverão ser efetuadas em locais com as seguintes características:

- Pertencerem à área de distribuição natural da espécie;

- Apresentarem as condições ambientais (solo e clima, entre outras) nas quais a espécie se desenvolva. Quando encontrar exemplares dessa espécie observe as condições do meio. Tente depois encontrar essa mesmas condições noutro local;

- Não serem locais muito perturbados ou sujeitos a grande perturbações. Zonas que são frequentemente desmatadas e/ou sujeitas a intenso pastoreio ou agricultura não são indicadas;

- Não deverão existir muitos exemplares da espécie a plantar. Se isso acontecer, a regeneração ocorre naturalmente, não necessitando de repovoamento;
Os "plantadores" da Escola Secundária Quinta das Palmeiras - fevereiro de 2013

Tenham sempre presente que os melhores defensores (ou destruidores) das árvores são os proprietários dos terrenos. Contactem-os antes de procederem a uma plantação.

Aconselhamos que as plantações sejam efetuadas em terrenos públicos. Para tal deverão contactar uma Junta de Freguesia, uma Câmara Municipal ou outra instituição com intervenção na área ambiental (Parque Natural, Quercus, entre outros).

Os habitats de montanha são excelentes escolhas para a rearborização com espécies autóctones.
Encontram-se, frequentemente, desflorestadas; ocorre menor atividade agrícola; apresentam maior disponibilidade de água ao longo do ano.

Temos recebido relatos de que, por vezes, algumas destas instituições colocam entraves à plantação de árvores ou, pelo menos, tornam este processo tão burocrático que pode levar a alguma desmotivação. Mas a grande maioria presta um grande auxílio a estas iniciativas.

Também podem optar por contactar os organizadores do movimento "Plantar Portugal" (http://www.plantarportugal.org/) da sua área ou procurar on-line outras pessoas ou organizações que colaborem na recuperação ambiental.

Já agora, enviem os contactos dessas organizações para o nosso e-mail (bologta@gmail.com) de modo a podermos disponibilizar essa informação.

Boas plantações

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ainda não plantei os meus carvalhitos. O que fazer com eles?

Este inverno chuvoso não foi muito convidativo para a realização de atividades ao ar livre, tais como a plantação dos carvalhitos que germinaram das bolotas distribuídas no Dia Mundial da Bolota.

Muitos participantes neste evento têm agora várias pequenas árvores em casa que ainda não foram plantados. O que fazer com elas?

Estes dois carvalhitos (e muitos outros) só serão plantados no próximo outono

Apesar de já estarmos em abril, ainda podem ser plantados em locais onde o solo esteja com um elevado conteúdo em água e que mantenha um nível de hidratação suficientemente elevado durante o verão (consulte o post  "Como plantar uma árvore" http://bologta.blogspot.pt/2013/01/como-plantar-uma-arvore.html).

Alguns carvalhos, tais como o carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e o carvalho-alvarinho (Quercus robur) desenvolvem-se bem nas proximidades de cursos de água.

Dois carvalhitos com a mesma idade mas com tamanhos diferentes.
Um recipiente maior permite um melhor crescimento.

Outra possibilidade, mais aconselhável, é a sua manutenção em vasos durante o verão. A mudança para um recipiente maior permite um maior desenvolvimento do sistema radicular e, consequentemente, da parte aérea. É necessário, no entanto, prestar atenção a alguns pormenores:

- a rega deve ser regular e não deve realizar-se na altura mais quente do dia;

- durante a primavera os carvalhitos devem apanhar sol direto; no verão deverão ficar mais resguardados, sob uma sombra;

- se permanecerem no interior de uma habitação esse local não deverá ser muito quente - há a tendência para se pensar que ao estar abrigado da luz está protegido do calor... mas locais com sombra podem estar bem mais quentes do que os expostos diretamente ao sol;

- os vasos, especialmente recipientes transparentes, facilmente sobreaquecem com a exposição excessiva ao sol, destruindo-se as raízes mesmo com elevada disponibilidade de água no solo;

- se possível, transplantar os carvalhos para vasos maiores, tendo o cuidado de perturbar pouco a raiz, regando abundantemente antes e depois do processo.

terça-feira, 16 de abril de 2013

As primeiras folhas nesta primavera

O desenvolvimento das primeiras folhas dos carvalhos é um acontecimento sempre marcante. Independentemente do calendário astronómico, são as modificações nos seres vivos - e consequentemente na paisagem - que nos mostram o início da primavera.

Um carvalho-negral em plena renovação foliar (já agora, conseguem encontrar o cuco?)

Apesar de ser sempre do mesmo modo, os carvalhos-negrais (Quercus pyrenaica) são especialmente capazes de nos surpreender nesta mudança de estação. A intensidade da cor de algumas folhas e sua densidade tomentosa perder-se-à com o avanço da primavera. Mas agora é a altura de desfrutar... ou então esperar pelo próximo ano.

As folhas jovens são rosadas e muito tomentosas em ambas as páginas

Para os botânicos, esta época é fundamental. A floração de muitas plantas e várias características morfológicas são observáveis apenas nesta estação. Aproveitem-na!

Folhas jovens, raminhos, gemas e, brevemente, as flores - caractrísticas a observar na primavera

terça-feira, 9 de abril de 2013

Quanto pode pesar o aquénio de uma bolota?

As maiores bolotas dos carvalhos autóctones portugueses são de carvalho-negral (Quercus pyrenaica). As dimensões médias dos aquénios (o aquénio corresponde à bolota sem a cúpula) variam entre os 15 a 45 mm de comprimento por 10 a 25 mm de largura. Um aquénio "jeitoso" de carvalho-negral pesa cerca de 10g, mas a maioria apresenta um peso inferior. A maioria das espécies nacionais apresentam dimensões menores.

A variedade intraespecífica e as condições edafo-climáticas de um local influenciam, dentro de certos limites, as dimensões de uma semente.

Esta bolota foi recolhida de um carvalho-negral na freguesia do Ferro, concelho da Covilhã, durante o mês de novembro As restantes bolotas eram também de grande dimensões (cerca de 15g cada aquénio), mas esta era realmente gigante - 20,41g. Para nós, um verdadeiro record!


Esta bolota já foi semeada. Estamos agora um pouco na espectaitva... como será o carvalho que resultará da sua germinação? Desenvolver-se-à melhor do que os outros? Aguardemos...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Arkive publica fotografias de Bologta

Conhecem Arkive (http://www.arkive.org/)? Esta organização sem fins lucrativos e de acesso livre, pretende ser um arquivo fotográfico e videofónico com informação científica sobre todas as espécies de seres vivos, tendo uma especial preocupação com espécies ameaçadas e/ou endemismos de distribuição restrita.

Em 2011 publicámos neste blog um post sobre um endemismo da Serra da Gardunha (Fundão) - a abrótea (Asphodelus bento-rainhae) - que partilha o seu restrito habitat com o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), carvalho-alvarinho (Quercus robur) e castanheiro (Castanea sativa):




Em meados de 2012 fomos contactados por esta organização de modo a publicarem no seu site as nossas fotografias desta espécie, respeitando os direitos de autor. E lá estão elas em:


Arkive - um site a conhecer e explorar

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O ciclo do sobreiro - Quercus suber

O sobreiro (Quercus suber) é oficialmente, desde o dia 22 de dezembro de 2011, a árvore nacional de Portugal.

As qualidades ambientais, económicas e sociais desta espécie são impressionantes... o montado é um sistema agro-silvo-pastoril que assegura elevados índices de biodiversidade, situação cada vez menos frequente nos sistemas agrícolas, pecuários ou florestais modernos.

O valor económico e social desta espécie é igualmente relevante. Ao contrário de outros tipos de produção florestal, em que a presença do Homem quase que só se nota na altura do abate, o montado permite o desenvolvimento de atividades económicas que criam riqueza e emprego direto (pequária, extração de cortiça) e indireto (comercialização de animais para consumo e transformação da cortiça) nas zonas onde existem montados de sobro.

A polivalência da cortiça é mundialmente famosa pela sua utilização em rolhas, como isolante acústico e térmico e mais recentemente em vestuário e acessórios, sendo um produto totalmente natural e biodegradável.


Deixamos aqui uma ilustração infográfica sobre o ciclo do sobreiro.
O original encontra-se em http://www.ciencia20.up.pt/attachments/article/531/RECinfo.pdf

quinta-feira, 21 de março de 2013

21 de Março - Dia da Árvore e Dia da Floresta

Comemora-se hoje, dia 21 de março, o Dia da Árvore e o Dia da Floresta.

Apesar de já não ser a melhor altura para a plantação de árvores em zonas de clima com influência mediterrânea - talvez este ano até seja uma exceção devido à elavada precipitação - muitas pessoas e organizações irão promover este tipo de atividades. Esperemos que o façam abundantemente... mas com espécies autóctones.

Para assinalármos esta data, deixamos aqui um vídeo surpreendente - o nascimento de um carvalho!


Este vídeo encontra-se no youtube em http://www.youtube.com/watch?v=ejw00NlVlVk

terça-feira, 19 de março de 2013

Será que os carvalhitos nos vasos estão vivos?

Os carvalhos de folha caduca ficam num estado vegetativo durante o inverno. Alguns parecem não querer acordar desta letargia. Como é conveniente plantá-los antes que a primavera surja em pleno, torna-se, por vezes, difícil perceber se os pequenos carvalhitos que passaram o inverno nos vasos sobreviveram a esta época mais rigorosa. A ausência das folhas torna esta tarefa aparentemente difícil.

As gemas deste pequeno carvalho-negral encontram-se em perfeitas condições. O caule está de excelente saúde, caso contrário não teria esta pigmentação esverdeada, sinal da sua capacidade fotossintética.

As folhas irão desenvolver-se a partir das gemas - este tema já foi abordado neste blog (http://bologta.blogspot.pt/2011/03/de-onde-surgem-as-folhas-num-carvalho.html).
Se as gemas estiverem bem de saúde então a planta está viva e, mais cedo ou mais tarde, surgirão as primeiras folhas.

O topo deste carvalhito já estava  "seco", mas na sua base existem provas da sua vitalidade - as gemas irão desenvolver-se formando pequenos ramos ou novas folhas.

Mesmo assim, e pela nossa experiência - sobretudo com o carvalho-negral (Quercus pyrenaica) - mesmo que toda a parte aérea da planta esteja morta, quer pela adversidade do tempo quer por ação dos herbívoros, frequentemente surgem da bolota que ainda se encontra enterrada no solo novas projeções que irão formar novos caules e despontarão novas folhas.

Apesar de aparentemente morto, este pequeno carvalho-negral foi plantado na natureza. Existe uma grande probabilidade de se regenerar a partir de células ainda vivas da parte subterrânea.

Nas nossas plantações utilizamos também os pequenos carvalhos que parecem já ter morrido. Frequentemente ficamos surpreendidos com o "ressuscitar" de alguns exemplares. Nunca menosprezem um pequeno carvalho. A sua resistência e resiliência são algumas das suas principais características.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Serra da Estrela já tem mais carvalhos

No meio de blocos graníticos e de encostas nevadas, poucas são as árvores autóctones portuguesas que fazem desses locais o seu habitat. Mas é destes sítios ermos e frios que o carvalho-negral (Quercus pyrenaica) é originário. Apesar de surgir a menores altitudes - geralmente não menos de 400 metros - é o Quercus autóctone que por maiores altitudes se aventura.

Alunos do 12º ano cheios de vontade de plantar carvalhos.

A neve como fundo... é a Serra da Estrela com a sua roupa de inverno.

O nosso bolotário serviu de viveiro para os pequenos carvalhos que ocupam agora esta zona da Serra da Estrela. Muitas desta pequenas árvores já têm dois anos. Outras apenas um. Mas todas apresentavam uma raiz bem desenvolvida e já necessitavam de mais solo para crescerem convenientemente. 

Um trabalha afincadamente... mas a pose para a fotografia também faz parte da atividade.

Solos graníticos bem desenvolvidos.
Facilmente os nossos carvalhitos (e as nossas bolotas) irão criar raízes profundas.


A secura do último inverno não foi convidativa para a sua plantação. Ao invés, este ano, a elevada precipitação das últimas semanas e a presença de neve que lentamente irá derreter e hidratar generosamente o solo, tornam favorável a plantação e sementeira de carvalhos-negrais. Esta espécie é um carvalho de montanha, resistente ao frio e à neve, bem adaptado à altitude.


A paisagem ainda será melhor, e biologicamente mais rica, quando ficar um pouco mais arborizada, com espécies autóctones, claro!

Juntinhos estavam mais quentinhos!

Os participantes, alunos do 12º A, que nos últimos dois anos tantas bolotas recolheram e semearam, também eles bem adaptados (agasalhados) ao frio, despediram-se deste projeto com esta plantação. Muitos, provavelmente, irão repetir este tipo de iniciativa no futuro, e contribuir para requalificação ambiental de que todos nós necessitamos e dependemos.

Apesar de tão perto da Covilhã, o local da plantação foi uma descoberta para muitos participantes. E que paisagem encontraram!

60 carvalhos-negrais e 130 bolotas da mesma espécie. Um pequeno contributo para a recuperação ambiental. Mas ainda há tanta serra para recuperar...

Um agradecimento final à Associação Desportiva da Estação pela cedência de transporte e ao Gabinete Florestal da Câmara da Covilhã pela indicção do local de plantação.