sexta-feira, 15 de abril de 2016

Sobreiros no início da primavera

O sobreiro (Quercus suber), a árvore nacional de Portugal, é, certamente, o carvalho de folha persistente mais importante, abundante e representativo da nossa flora autóctone.

Por mais posts que se publiquem, nunca serão suficientes para revelar todos os benefícios desta espécie, quer sejam ambientais, industriais, agrícolas ou outros (até na indústria do vestuário esta árvore tem um papel relevante... mas isso será assunto para outro post).

Folhas e casca de um sobreiro, na Beira Alta, em meados de março deste ano
Devido à permanência de folhas ao longo de todo o ano, os sobreiros, tal como as restantes árvores de folhagem persistente, não exibem diferenças sazonais muito significativas. Não quer com isso dizer que não hajam aspetos morfológicos que só podem ser observados em algumas alturas do ano... temos é que estar um pouco mais atentos!

Folhagem de um sobreiro no final do inverno, na Beira Alta, em meados de março.
Um dos aspetos que devemos notar é a diferença na densidade da folhagem, sendo geralmente maior no verão do que no inverno.

Copa de um sobreiro próximo da nascente do rio Alviela, no último dia de março. 
Outro, é a presença das gemas, de onde se desenvolvem folhas e ramos, durante a primavera. As folhas jovens, mais claras, brilhantes e espinhosas, conferem um colorido especial, ainda que algo discreto, à copa destas árvores. Em anos de descortiçamento, o contraste com o avermelhado da sua casca recém exposta, constitui um dos marcos da paisagem em zonas de montado.

As pequenas gemas de um grande sobreiro, próximo dos Olhos-de-Água do rio Alviela.


Os sobreiros fotografados para este post são de regiões diferentes, pelo que fica sempre a interrogação... as diferenças morfológicas devem-se às distintas características dos locais ou a fatores genéticos intra-específicos? Provavelmente a resposta será... devem-se a estes dois fatores.

E perto da vossa casa, qual é o aspeto dos sobreiros neste início de primavera?

terça-feira, 12 de abril de 2016

Relatório do Estado do Ambiente 2015

Encontra-se publicado no site da Agência Portuguesa do Ambiente o Relatório do Estado do Ambiente 2015.


Na mesma página encontramos os diversos Relatórios do Estado do Ambiente, desde 1999.

Clique para aceder aos Relatórios do Estado do Ambiente

Este site disponibiliza uma grande quantidade e diversidade de informações, relativas ao ambiente em Portugal, com aplicações nas mais diversas áreas.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Carrascos no início da primavera

Os carrascos - Quercus coccifera - são pequenos carvalhos de folha persistente, pelo que apresentam folhas durante todo o ano.

Matagal de Quercus coccifera

Frequentemente, formam matos muito espinhosos - um aspecto característico conferido pelas suas folhas  - onde muito dificilmente podemos progredir a pé.

Matagal de Quercus coccifera - pormenor das folhas do topo de um carrasco

Apesar de continuamente apresentarem folhas, e de não verificarmos a alternância de revestimento característico das espécies de carvalhos caducos, ao longo do ano encontramos diferenças entre as diversas estações do ano.

Gemas em desenvolvimento num carrasco

No início da primavera, das gemas começam a surgir as novas folhas e ramos, permitindo o crescimento e/ou renovação da parte aérea destes arbustos.

As primeiras folhas deste ano

É também nesta estação que os animais se tornam mais activos e muita da biodiversidade de um carvalhal, seja ele arbustivo ou arbóreo, se manifesta.

Borboleta sobre um carrasco (Pararge aegeria, também conhecida como "malhadinha")

Nos carrascais, é possível observarem-se bolotas em plena primavera, mas esta sementes não amadureceram nesta estação. Algumas bolotas desta espécie demoram dois anos a crescer e maturar.

Bolotas de um carrasco na primavera - as que se observam na imagem já não irão crescer mais... simplesmente completaram a sua maturação no outono passado.
Como o seu desenvolvimento foi reduzido, permaneceram muito inseridas dentro da cúpula, não se desprendendo.

As fotografias deste post foram tiradas próximo da nascente do rio Alviela - concelho de Alcanena - no último dia de março de 2016.

Para saberem mais sobre as gemas de carvalhos: De onde surgem as folhas num carvalho-negral?