segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quercus pyrenaica e outras espécies (continuação)

Recebemos um comentário muito pertinente sobre a germinação de bolotas de Q. coccifera (ver post de 20 de Janeiro de 2012). Como esta espécie não é autóctone na Serra da Estrela o comentário revela alguma preocupação com o facto de se estar a introduzir uma espécie que, apesar de ser autóctone em Portugal, é exótica nesta serra. A defesa da floresta autóctone é um dos pilares em que assenta o nosso projecto. Felizmente existem muitas outras pessoas com o mesmo tipo de preocupação.
Por motivos técnicos (algo no blogger por configurar?) não conseguimos responder a este comentário. Mas esta questão merece um post próprio. Aproveitamos e revelamos um pouco do futuro de bologta…

A anterior publicação deste blog não é clara quanto ao motivo da germinação de bolotas de Q. coccifera. A sua germinação tem dois motivações fundamentais:


Quercus coccifera (carrasco)

A experimentação: verificar se as condições ambientais da Covilhã são favoráveis à germinação de bolotas desta espécie em viveiro e acompanhar a viabilidade do seu desenvolvimento. Se a germinação for bem sucedida, alguns destes carrascos serão plantados na nossa escola. Esta espécie não será plantada na Serra da Estrela pois, apesar de ser autóctone de alguns locais da Beira Baixa e da Beira Alta, não se encontra neste maciço. Apesar de, provavelmente, os mecanismos naturais de dessiminação de sementes (ex: aves) já terem trazidos bolotas desta espécie para esta serra, elas nunca originaram indivíduos adultos reprodutores pois as condições do meio são-lhe desfavoráveis.

Carrascal na Serra de Sicó

Jardim “bolotânico” na escola: na nossa escola existem alguns espaços onde podem ser plantadas algumas árvores. Nesses locais é viável a plantação de diferentes espécies de carvalhos autóctones – arbóreas e arbustivas. Deste modo teremos as várias espécies presentes em território nacional e que constituem o principal pilar da maioria dos nossos ecossistemas florestais. No nosso bolotário já existe um exemplar de uma espécie de carvalho natural apenas de algumas regiões do Sul de Portugal, o carvalho-de-monchique, a nossa primeira "importação" para o futuro jardim "bolotânico".

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Quercus pyrenaica e outras espécies

O carvalho-negral (Quercus pyrenaica) tem sido o nosso carvalho de eleição. É a espécie de Quercus  mais abundante na zona da Covilhã. Ainda encontramos vários exemplares, a pouco mais de meia hora a pé da nossa escola, o que torna fácil a recolha das suas sementes.


As bolotas guardadas foram novamente seleccionadas...

Este ano, para além do carvalho-negral,  utilizámos bolotas de outras espécies. O sobreiro ( Quercus suber), a azinheira (Quercus  ilex) e o carrasco (Quercus  coccifera) fazem agora parte do nosso bolotário. Vamos ver como se vão dar pelos ares aqui da Serra da Estrela.


... e contadas para determinarmos o sucesso da germinação de cada espécie.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sementeira de bolotas (versão 2011-2012)

Neste ano lectivo só nos foi possivel realizar a sementeira das bolotas já em pleno Inverno.


Sementeira tardia mas animada

Este facto não deve ser encarado negativamente. O nosso conhecimento sobre o desenvolvimento das bolotas baseia-se bastante na experimentação. Este ano estaremos particularmente atentos à germinação destas sementes colocadas tardiamente na terra. Existirão diferenças significativas? A taxa de germinação será assim tão diferente do normal ou quase que não se notarão diferenças? O processo de acondicionamento das bolotas foi adequado?


Será que este grupo foi o que semeou mais bolotas...

É deste modo que se constrói o conhecimento ... experimentado, observando, medindo e testando novas situações! Assim teremos ainda mais um motivo para seguir um processo para nós já tão banal. Fiquem atentos!


... ou terá sido este?