O seu aspecto "terrível" esconde por completo o facto de ser totalmente inofensivo para o Homem.
As suas mandíbulas de grandes dimensões, presentes unicamente nos machos, servem apenas para atraír as fêmeas (gostos não se discutem), para ameaçar outros machos e, em último caso, lutar com outro macho da mesma espécie, como se fosem dois judocas feiosos a tentarem arremessar-se mutuamente.
A dependência destes animais por árvores de folhas caduca, especialmente por carvalhos, é muito acentuada. Por isso mesmo, e porque muitos carvalhais caducifólios estão em regressão na Europa, esta espécie poderá estar (ou já estará?) em risco. Também a captura de exemplares vivos por coleccionadores tem contribuído para a diminuição das populações desta espécie.
Lucanus cervus junto a um carvalho-cerquinho na Serra de Sintra
As larvas desta espécie alimentam-se de madeira em avançado estado de decomposição, enquanto que os adultos consomem seiva de feridas e de frutos maduros.
O período larvar pode durar até 7 anos, vivendo no solo e em troncos mortos. A fase adulta é muito mais curta e dedicada grandemente à reprodução.
Nesta época do ano conseguimos observar os adultos sobre os troncos e ramos dos carvalhos.
Também podemos encontrar os machos na base destas árvores essencialmente em duas situações:
- estando mortos, poderá significar que já se reproduziram, morrendo pouco tempo depois;
- estando vivos, encontram-se geralmente debilitados, cansados e atordoados pela queda do cimo da árvore, provavelmente arremessados por um rival. Nesta situação, eles estão muito vulneraveis pois podem ser pisados ou, por ignorância e receio, ser propositadamente mortos.
Se encontrarem algum, obviamente, não o mate. Podem mesmo dar-lhe uma ajudinha recolocando-o (mesmo com a mão, gentilmente - não, ele não vos vai morder :) no tronco do carvalho ou junto dele. O máximo que vos poderá acontecer é ele levantar voo em direcção à arvore e assustar-vos, o que será muito pouco provável.
Em Aveiro, terra de onde sou natural, havia o hábito de pendurar os "cornos" da cabra-loura nos fios de ouro.
ResponderEliminarPara tal, à semelhança do que já vi fazer com dentes humanos de leite, a moldura do "corno" era no ourives emoldurada na base com uma cinta do tal metal, associada a uma argola.
No Alto-Douro onde agora vivo, fazem o mesmo com o "corno" do escaravelho-cornudo.
Cumprimentos.
Hoje mesmo encontrei 4 machos é uma fêmea no meu terreno no meio de umas plantas. Não, não os matei. Estão felizes e contentes...
ResponderEliminarGostei do artigo, porque encontrei uma destas carrouxas e fiquei curioso em saber mais.
ResponderEliminarFoi-me dito que as mandíbulas destes simpáticos bichos, se se agarrarem à nossa pele é difícil de retirar. Verdade ou mito?
Seja como for, fiquei mais esclarecido e quando voltar a encontrar um escaravelho dos carvalhos, terei mais cuidado com o mesmo.