O carvalho-negral é uma árvore de altitude. É raro abaixo dos 400m. O seu nome científico, Quercus pyrenaica, reflete a visão que o classificador, o botânico alemão Karl Ludwing von Willdenow, tinha desta espécie. Devido à ocorrência desta espécie nessa cordilheira montanhosa, nas suas descrições refere que este carvalho "Habitat in Pyrenaeis" .
Carvalhos-negrais a cerca de 950m de altitude.
Na maioria dos indivíduos ainda não há sinais do desenvolvimento das primeiras folhas.
Não obstante da apetência do carvalho-negral pelas altitudes elevadas - na Peninsula Ibérica pode encontrar-se acima dos 2000m - o desenvolvimento das primeiras folhas e das estruturas reprodutoras é mais tardio por lá. Provavelmente, o principal fator associado à altitude são as baixas temperaturas que adiam o despontar destes órgãos.
Carvalhos-negrais a cerca de 600m de altitude.
As primeiras folhas já se encontram bem desenvolvidas em quase todos os indivíduos...
... assim como as primeiras inflorescências.
No mesmo dia tivemos a oportunidade de percorrer uma encosta com vários núcleos de carvalhos-negrais. As árvores com as copas mais frondosas ocorriam sobretudo a menor altitude enquanto que mais acima a maioria teimava em não libertar as folhas secas do ano anterior. Essas cairão definitivamente assim que despontarem as novas.
Giesta-branca (Cytisus multiflorus) - arbusto muito comum em zonas de distribuição natural do carvalho-negral e da azinheira. Em altitudes menores, muitos individuos exibem todas as suas flores. Esta giesta, a cerca de 950m, era a única que já apresentava alguma floração.
Este efeito da altitude, ao qual provavelmente está associada a temperatura, não afeta exclusivamente o carvalho-negral. Experimentem observar, num dia que façam uma viagem, as diferenças na floração das urzes, das estevas e das giestas ou as copas dos carvalhos, castanheiros e freixos. É um padrão que se repete. Quando já não encontrarem uma flor subam uma serra... pode ser que ainda vão a tempo!
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